Despertando nossas forças interiores
Escrito por Victor Rebelo
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Categoria: Espiritualidade
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Em entrevista exclusiva, Luiz Antonio Gasparetto, médium e psicoterapeuta, fala sobre a reeducação da alma e o poder das sombras
Por Victor Rebelo
Qual é o tema central dos seus estudos, atualmente?
Gasparetto – Basicamente, o ser humano e o seu funcionamento interior. Exploro isso tudo. Por exemplo... culpa é pretensão. Quem é muito pretensioso vive se culpando. Culpa é a doença do pretensioso, do fantasioso. O universo interior, como a fé...
O que as pessoas chamam de fé é uma adoração aos elementos de opressão da religião. Se você estuda profundamente, se choca ao saber como as coisas têm sido tão mal colocadas... por quê? Porque não houve uma investigação.
Então, tenho feito isso até por uma questão de querer ajudar as pessoas e isso está me levando por um caminho maravilhoso, estudando e mergulhando na natureza profunda do nosso espírito e na descoberta de que existe um universo que não é astral, físico e nem energético. É o universo espiritual, em que nós também gravitamos. Por exemplo, quando você perde um “pedaço” da sua alma – e você perde; a depressão é a perda de um pedaço da alma – a gente vai no mundo espiritual, traz o “pedaço” de volta e a pessoa está curada.
Tenho feito isso, inclusive, nos meus programas, com várias pessoas. Uma experiência como a depressão é a perda de um elemento interior que ela perde contato devido a uma série de situações. Quando você volta a ter contato, quando isso volta, você muda completamente.
Então, a descoberta, pra mim, de que o universo espiritual é um universo a parte, que não tem nada a ver com desencarnar, com o astral, me levou a um interesse maior por este universo, que os xamãs, mesmo, conhecem bem. Ao entrar nestes elementos, os espíritos foramespertando nossas forças me dando muito conhecimento com relação a estrutura espiritual. Somos seres de princípios, que são uma espécie de unidades do mundo espiritual, que tem potencial, tem qualidade. Nosso espírito é como um conjunto de dons, uma estrutura como o DNA, com um potencial de dar características, com uma divisão entre dons de luz e de sombra. Dons de luz são dons da inteligência, da permanência, da sequência, da diferenciação, etc., enquanto os dons de sombra são aqueles que produzem as estruturas que a gente chama de matéria, energia... são qualidades, tão da gente quanto a genética.
Então, eu comecei a explorar isso e fui percebendo que, ao longo da nossa evolução, temos estruturas interiores, inconscientes, que compõem o nosso espírito, que são forças da vida em nós.
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São as sombras...
Temos cinco sombras importantes. Uma delas é a que chamo de “bicho”. É a saúde, que lida com a estrutura do corpo físico, do corpo astral... lida com corpos. Nós temos uma sombra que lida só com o sensorial, com os sentidos. É onde se expressa uma das grandes forças do espírito que é a alma; onde se expressa a mediunidade, enfi m, onde se expressa toda a sensação, onde a consciência acontece. É um corpo sensório e é dirigido pela consciência organizada do espírito. Então, o que chamo de sombra é a energia organizada do espírito.
Temos uma, por exemplo, que lida com o ambiente. Ele não é considerado, pela estrutura espiritual, como algo fora de nós, mas sim, como um “pedaço” da gente. É a gente. Somos um centro que cuida do nosso ambiente. Esse centro é o que faz a nossa vida, o nosso destino e também cuida da nossa integridade.
O centro também é proteção. Faz com que, apesar da aventura da evolução, você se mantenha “você”, que te regenera pra sempre, não importa o que você passa. É um sistema extraordinário.
Ainda com relação a estas forças em nós, temos a mente. A mente é uma estrutura, também, de sombra. É onde eu atuo com todas as outras. Eu comecei a estudar essas estruturas do ponto de vista espiritual, não apenas do ponto de vista físico ou energético.
Então, a energia vem de princípios espirituais. Veja um átomo, por exemplo. O que faz com que aquele átomo e partículas atômicas tenham determinada característica? É o princípio espiritual.
Tudo tem princípio espiritual. Não falo da energia, mas de onde vem a energia. Quando você atua no mundo espiritual – mundo dos princípios – você está fazendo magia. Magia é a arte de lidar com o mundo dos princípios.
Quando você começou a juntar isso tudo...
Gasparetto – Eu fui experimentar. Será que é verdade? Vamos ver!
Porque eu sou assim, sou um homem de experimentar, não sou um homem de crer. Então comecei a fazer experiências com as pessoas, a conversar, a chamar e lidar com esses centros de força. Eles vivem de acordo com seus valores, suas crenças; se comportam de acordo com seu esquema de crença e consciência. Se você muda a consciência, eles mudam de comportamento.
E é assim que a gente cria a realidade. Quando falamos que a realidade é criada pelas nossas crenças, é porque os nossos sistemas manufaturam as nossas crenças e agem de acordo com elas.
E a ajuda dos espíritos neste trabalho?
Gasparetto – Estou tendo experiências extraordinárias com eles, em especial com uma classe de espíritos que chamamos de guardiões, de exus. Quem são eles? São pessoas que tem a sombra muito desenvolvida, que foram desenvolvendo seus poderes ao longo das vivências. Por isso, eles têm um carisma pra isso. Podem até não ter alguns aspectos da consciência mais amplo, mais luminoso, mas eles têm estruturas desenvolvidas, e para que teu espírito venha a todo, tem que ter estrutura avançada; estruturas de nível espiritual, e quanto mais desenvolvidas, mais a consciência divina em nós se manifesta.
Então, os espíritos vêm me dão as ideias, mas eu quero é prática. Por exemplo, tem a pomba-gira Naná, que, na verdade, é uma mulher, mas, a sombra sensória dela, a sensualidade é muito desenvolvida, como todas as mulheres dessa linha espiritual.
A Naná costuma perguntar, em um auditório: “Quem tem dor, aqui?” O pessoal, claro, levanta a mão. Então, a Naná explica que quando você tem medo de alguma coisa, a força do seu protetor, a força que mantém sua integridade te segura, porque ela aprendeu que ter defesa é segurar. Tem outros tipos de defesa, mas a sua aprendeu que é segurar. Então, quando você tem uma vontade, mas tem medo, a defesa segura. Aí vem a dor.
A Naná continua, falando para a pessoa: “Vamos tirar esse medo, por alguns instantes, que a dor passa agora!”
O medo trava tudo...
Gasparetto – Trava, e quando trava você, trava sua vida. E quando a defesa, que eu também chamo de guardião, trava, ela também trava o ambiente e segura você. Esse é o sistema. Então, o medo está segurando você, mas também está segurando sua vida. Dependendo do local da dor, a pomba-gira Naná sabe o tipo de medo que você tem. E, na hora, a pessoa perde a dor. Se ela continuar na mesma postura, cura aquela parte da vida, que volta a funcionar. Quando você tem determinado medo, algo na sua vida não funciona. Não existe misticismo. O que existe é ciência e consciência do funcionamento da estrutura humana e como você interfere para obter um resultado diferente.
Quando uma benzedeira cura, por exemplo, ela está atuando nos princípios. Como eu disse, magia é a arte de lidar com os princípios.
A existência, como nós a conhecemos, começa a existir quando os dons do espírito estão prontos para criar a realidade, a matéria, enfim, o mundo energético. Princípio, neste sentido, não significa somente “começo”, mas sim, o poder básico.
O poder do espírito?
Gasparetto – Princípio é espírito. Você é espírito. Você é o verbo ser e não existe nada além do ser. Você é vida, é tudo. Ser é mais que qualidade. É existir. O espírito é sequência, é permanência e diferenciação. Essa é a base do universo. Tudo é diferenciado, senão, a sequência seria repetitiva e não haveria movimento. A vida é movimento. Esses são os princípios básicos do espírito: sequência, permanência e diferenciação. São princípios fundamentais e apoiam todos os outros princípios da vida. É do princípio que sai o mundo energético e os mundos materiais, visíveis e não-visíveis. Tudo vem disso.
Então, este é o foco do seu projeto “Filhos da Luz”?
Gasparetto – Isso. Eu passei grande parte da minha vida me dedicando ao comportamento, ao mundo mental, enfim, em devassar o universo interior, certas emoções e sentimentos... em rever isso tudo, porque até hoje muita gente confunde emoção com sentimento. Então, isso me levou a uma compreensão do desenvolvimento do pensamento e de como eu atuo nesse desenvolvimento. Por isso, muitos dizem “Gasparetto, você faz terapia em dez minutos!”. Sim, faço. Em dez minutos posso tirar sua depressão e você vai embora, pois conheço o funcionamento e já descobri a melhor maneira de interferir quando acontece isso e quando acontece aquilo... onde “mexer”.
Não vamos entender a doença, o destino, nada, se não entendermos o que nós somos, como funcionamos. Uma das leis da natureza é diferenciar constantemente. Ela não para de transformar e diferenciar o que já é diferente. Você é uma “coisa” que é diferente de tudo, e está ficando diferente de si mesmo a cada instante. Você é diferente hoje, como é de ontem... Na evolução inteira, não haverá nada igual ao que você é ou já foi. As diferenças podem ser grandes ou pequenas, mas elas acontecem. Então, diferenciar é o natural.
Por que será que o ser humano tem tanta dificuldade em aceitar diferença?
Gasparetto – Por causa da ideologia. O homem é imaginativo. Ele idealiza, mas jamais checa a realidade. Ele está tão longe dela que o mais difícil de se ver é o óbvio, porque ele fantasia. Ele mal vê e já dispara a mente, que é um “aparelho” que aprende e só se repete.
O ser humano quer alguma coisa, porque ele tem anseios na alma, mas ele idealiza e ignora o real. Ninguém gosta da realidade... Bom é sonhar, e todos devem ser do jeito que “eu” sonhei, idealizei, porque é o certo. O outro sempre é quem tem o problema e não a nossa idealização.
Então, o nosso grande problema é que nós idealizamos e não aceitamos, não vemos, não compreendemos e não lidamos com o real. Para isso, nós temos que montar o equipamento para investigar – uma mente investigativa, um cientista, com uma metodologia de investigação. E assim mesmo tem vindo gente com cada vez mais observação que vai mudando a ciência, constantemente, pois ainda estamos apurando estas faculdades de observação. O problema é que é mais fácil aceitar as coisas sem observação. Nossa cultura é ideológica e não realista. A realidade, a natureza humana é até vista como perversa. Essa é a cultura humana... que julga. As pessoas têm suas fantasias, que se chama lei, que elas inventaram. Ou você está dentro ou está fora. Aí, merece castigo! E a natureza? E a pessoa, o temperamento... o Ser?
Você não foi criado em uma cultura onde perguntam sobre os seus sentimentos. Se você, quando criança, fez tudo direitinho, então você era uma criança de ouro! E lá dentro, no Ser? E os seus anseios? Nunca ninguém, nem você olhou...
Então, essa é a grande doença social?
E é uma construção, algo aprendido culturalmente...
Gasparetto – Sim, e desconstruir isso é o trabalho que faço, já, há muito tempo. Tive uma educação kardecista, meus pais eram ligados à Federação Espírita... Então quando comecei a lidar com minha mediunidade fui bem orientado, mas, depois, me interessei muito em explorar esse universo, por isso fui estudar psicologia e fiz pós-graduação nos EUA, já trabalhando com a pintura mediúnica. E quanto mais eu conhecia a natureza e os problemas humanos, mais eu fui achando extraordinário e me afastei de todo religiosismo. Mas sempre contei com os espíritos, os pintores do além e a turma toda, quebrando os tabus. Trabalhei dez anos com terapia e percebi que as pessoas têm problemas porque não têm educação interior. Então, resolvi ensinar e lancei o projeto chamado Vida e Consciência. Comecei a ensinar. Perguntava para as pessoas como elas sentiam, por exemplo, a ansiedade. Pedia para descreverem as sensações e observar; questionava como ela provocava aquela ansiedade. Neste processo, a pessoa percebe que para provocar uma ansiedade ela tem que “ir” para o futuro, na fantasia, e pensar em alguma coisa negativa. Ela preferia a fantasia que a realidade, e qual é a realidade? O presente. Só temos o presente. Qualquer futuro ou passado é fantasia. Nosso aparelho consciencial, nossa percepção é feita para o contato, para o agora. Então, este é o foco do meu trabalho. Reeducar as pessoas. Assim que comecei a fazer muita coisa em grande escala, como rádio e televisão.
Para encerrar, você acha que as pessoas estão mais preparadas para a mudança?
Gasparetto – Olha, eu trouxe muita coisa para o Brasil, assim como, comecei muita coisa aqui. Me lembro que 30 anos atrás eu comecei a falar em “se amar”. Eu era crucificado! Essa era uma ideia proibida, visto como absoluto egoísmo. Ninguém entendia nada! Aí eu tinha que explicar muito...
Hoje, eu percebi que se eu falo “Olha, se dê mais consideração” ou algo do tipo, as pessoas já aceitam, o que há 30 anos era inaceitável. Então, a coisa andou... temos a TV, a educação, que deixou de ser religiosa para ser mais científica... a comunicação fez com que muita coisa andasse e isso interferiu demais na estrutura interior das pessoas, por isso elas estão mais abertas, sim!
Entrevista realizada por Victor Rebelo para a edição 15 da revista Caminho Espiritual.
Victor Rebelo apresentou o programa Música & Mensagem, durante 18 anos, na Rádio Mudial 95,7 FM.
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