Experiências de Quase-morte e a medicina
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A Ciência ainda não oferece explicações coerentes, mas por outro lado, aumenta o número de médicos e pesquisadores que encontram na EQM indícios da vida após a morte

 

A experiência de quase-morte tem sido estudada e pesquisada exaustivamente no meio científico. Por outro lado, a vida após a morte é uma realidade incontestável para a doutrina espírita. O tema tem sido abordado na literatura, no cinema e em telenovelas.

O fato é que a ficção está constantemente imitando a vida real. Muitas pessoas viveram a realidade de atravessarem a fronteira entre a vida e a morte. Estudos cada vez mais avançados contribuem para que se desvende o mistério sobre a vida após a morte. Para aqueles que já possuem a certeza da vida espiritual, as provas científicas apenas servirão para que mais pessoas possam enxergar uma realidade que vai além da visão material.

 

Pesquisando relatos

Na literatura encontramos publicadas muitas obras sobre o assunto.

O livro A Vida Depois da Vida, reeditado pela Butterfly Editora, de autoria do psiquiatra e filósofo Dr. Raymond Moody Jr., considerado uma autoridade em EQM, contém estudos e relatos de pessoas que foram consideradas mortas clinicamente, mas que voltaram para contar o que passaram.

O livro também faz referência a alguns elementos mais freqüentes entre essas pessoas, como a experiência do túnel de passagem, encontro com familiares e amigos, recapitulação da vida, relutância em voltar e transformação da personalidade após o ocorrido.

No prefácio da obra, a psiquiatra suíça radicada nos Estados Unidos, Dra. Elizabeth Kubler Ross dá seu depoimento sobre os importantes estudos iniciados por Dr. Moody. Durante muitos anos, a Dra. Elizabeth assistiu e pesquisou diversos pacientes em estado terminal e teve a oportunidade de constatar que muitos deles passaram por experiência de quase-morte. Muitos descreveram a visão de entes queridos desencarnados por perto e deram detalhes sobre esses momentos fora do corpo. Com base em suas observações, desenvolveu um projeto de estudo sobre a EQM em cegos, principalmente nos que não tiveram nenhum vislumbre de luz pelo prazo de no mínimo dez anos. Muitos desses pacientes conseguiram ver cenas e descrever com riqueza de detalhes até mesmo como as pessoas estavam vestidas. Além dos pacientes cegos, um fato interessante que observou em outros tipos de deficientes foi que os mutilados sentiam seus membros intactos e conseguiam se locomover.

 

Análises médicas

Embora os meios acadêmicos não admitam, ainda, a EQM como uma forte evidência da vida após a morte, há um grande número de médicos e pesquisadores no mundo que têm trabalhado muito para que, em um futuro próximo, a Ciência oficial possa se transformar em uma grande aliada na compreensão da realidade do espírito. Para um maior aprofundamento do tema em termos científicos, mas com uma visão médica e espiritual, entrevistamos o médico e pesquisador de EQM, Dr. José Roberto Pereira dos Santos, também secretário da Associação Médico-Espírita do Brasil.

 

Qual foi seu primeiro contato com a EQM?

Passei a me encantar pelo assunto após ler o livro Vida Depois da Vida, do Dr. Raymond Moody Jr, em 1994. A partir disso, fiquei encantado com o assunto. Quanto mais fui adquirindo conhecimento, mais fui me impressionando. Passei a fazer palestras sobre EQM em Vitória (ES), e algumas pessoas passaram a me procurar para falar sobre experiências próprias, como acontecera com o Dr. Raymond Moody.

Resolvi, então, fazer uma pesquisa brasileira sobre o tema. Para isso, contei com o auxílio precioso da Dra. Meiriane Corrêa, psicóloga, que me ajudou na montagem de um questionário e nos contatos com as pessoas interessadas em relatar seus casos. Atualmente, tenho 12 pacientes cadastrados com relatos de EQM.

Por que, mesmo diante de tantas evidências, a Ciência ainda não aceita a vida após a morte?

A Ciência adota um paradigma newtoniano-cartesiano e só admite como possível os fatos que podem ser comprovados através dos seus métodos. Tudo que foge da realidade da matéria é rechaçado pela Ciência e sequer é pesquisado como uma hipótese, mesmo que seja uma hipótese mais racional do que aquela oferecida pela própria Ciência. Isto se deve, em grande parte, ao período negativo vivenciado pela Ciência na Idade Média, quando a Igreja sufocou o crescimento científico em nome da fé. Hoje, a Ciência exerce o mesmo poder da Igreja do tempo medieval e ignora a realidade espiritual. A ocorrência freqüente de charlatanismo envolvendo fenômenos espirituais também tem um papel importante na posição científica.

 

Como a Ciência analisa esses relatos de pessoas que passaram pela EQM?

A “teoria da desinibição” é a mais aceita hoje pela ciência médica para explicar a EQM. Nessa teoria, uma região do cérebro localizada no lobo temporal e que normalmente não está ativa durante o funcionamento normal do cérebro, entraria em atividade nos momentos em que o órgão passa a sofrer uma lesão grave ou a não receber oxigênio, como ocorre durante uma parada cardíaca e o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido. A ativação desse local, no lobo temporal, seria responsável pelas imagens que o experiente de uma EQM relata.

Vê-se que é uma teoria que não tem lógica. Como explicar que um paciente que sofre uma parada cardíaca por vários minutos e tem o seu cérebro comprometido gravemente por falta de sangue, vai ser responsável por uma vivência rica como aquela relatada por quem passou por uma EQM? Como explicar que durante a experiência a pessoa vê coisas que acontecem fora do âmbito do local onde estão sendo atendidas e que, posteriormente, são comprovadas. Como explicar que é um fenômeno fisiológico cerebral?

A explicação de que a EQM tem uma causa transcendental, extrafísica, e que a consciência sobrevive à morte do corpo é muito mais plausível, pois não reside apenas em evidências, mas em fatos provados, os quais não cabem refutações.

 

Poderia citar algum caso marcante de EQM?

Deixo aqui o relato de um médico que participou de uma pesquisa científica holandesa sobre EQM, publicada em um artigo na renomada revista médica internacional, The Lancet, em dezembro de 2001: “Durante o plantão noturno na Unidade coronariana, a ambulância trouxe um paciente de 44 anos, em coma, cianótico (extremidades arroxeadas) e em parada cardíaca. Ele recebeu ventilação artificial, massagem cardíaca e desfibrilação. Quando fomos intubá-lo, a sua dentadura deslocou-se para fora da boca. Eu removi sua dentadura superior e a coloquei sobre o carrinho de atendimento. Continuamos nos procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar que foi bastante prolongado. Uma hora e meia após, ele foi transferido para a UTI, ainda comatoso, intubado e em ventilação artificial. Após uma semana eu me encontrei novamente com o paciente, e ao ver-me, ele falou apontando para uma funcionária: ‘Aquela enfermeira sabe onde está minha dentadura’. Após eu me mostrar espantado, ele explicou: ‘Sim, você estava lá quando a ambulância me trouxe para o hospital e você tirou a minha dentadura da boca e a pôs em cima do carrinho’. Eu fiquei particularmente assombrado, porque lembrei-me do que aconteceu enquanto o paciente estava em coma profundo, com o coração parado e fazíamos as manobras para reanimá-lo. Após questioná-lo, ele informou que vira a si próprio na maca, de uma perspectiva de cima, percebeu como enfermeiras e médicos estavam ocupados com a sua recuperação. Ele descreveu corretamente e, em detalhes, a pequena sala em que fora atendido, bem como o aspecto das pessoas presentes. Disse que tentou desesperadamente e sem sucesso nos mostrar que ainda estava vivo e que deveríamos prosseguir com as manobras de ressuscitação. Ele está profundamente impressionado pela sua experiência e disse que não tem mais medo de morrer. Quatro semanas depois ele teve alta hospitalar em boas condições de saúde”.

 

Como a Associação Médico-Espírita tem trabalhado a questão da EQM como uma evidência para a Ciência de que existe vida após a morte?

Acredito que a EQM seja, atualmente, o melhor instrumento para demonstrar a existência do espírito e de sua sobrevivência à morte do corpo físico, visto que tal fenômeno vem ocorrendo em todos os países, com pessoas de diferentes níveis sócio-econômicos, culturais e religiosos. O fato da EQM não estar ligada a nenhum entendimento religioso facilita a sua pesquisa e uma melhor aceitação dos resultados.

Defendo que a AME-Brasil crie um protocolo de pesquisa para estudos dos casos brasileiros de EQM, com rigor científico. Há alguns anos, criei um questionário sobre EQM que cheguei a usar com 12 pessoas que passaram pela experiência; além disso, montei um site na internet para divulgação e como uma tentativa de conseguir mais relatos de EQM, mas infelizmente, devido à falta de tempo e apoio para manter o trabalho, tive que suspendê-lo temporariamente. Espero que no próximo Congresso da AME-Brasil possamos montar uma estrutura para dar prosseguimento ao trabalho.

 

Gostaria de deixar uma mensagem?

A EQM, juntamente com os relatos de recordações das vidas passadas (TRVP), os casos sugestivos de reencarnação, as comunicações espirituais através da psicofonia, psicografia e da transcomunicação instrumental, vem abrir um novo campo de investigação para a comprovação da existência do espírito e da sua imortalidade.

Deixo aqui a conclusão do artigo da revista The Lancet, referido anteriormente: “Na falta de evidência para qualquer outra teoria que explique a EQM, o conceito sempre assumido e nunca provado que consciência e memória são localizadas no cérebro deve ser discutido. Como poderia uma clara consciência ser experimentada, fora do corpo, no momento em que o cérebro é afetado por uma parada cardíaca e o eletroencefalograma mostra-se plano. A EQM impulsiona os limites das idéias médicas acerca da extensão da consciência humana e a relação mente-cérebro.[...]”.

 

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo
Ao reproduzir o texto, citar o autor e a fonte.

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