Atitudes para superar o estresse
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Diante dos desafios que todos estamos vivendo, sugerimos 3 atitudes que ajudam a superar o estresse e desenvolver a resiliência no dia a dia

O uso, frequentemente no mau sentido, do significado de estresse e ansiedade faz-nos imaginá-los sempre prejudiciais ao psiquismo e à saúde mental. Entretanto, sem a ansiedade natural não nos moveríamos rumo ao progresso e sem o estresse – conjunto de reações do organismo a agressões físicas e psíquicas ou a circunstâncias adversas, capazes de alterar-lhe a homeostase ou o equilíbrio interno – não fortaleceríamos o sistema imunitário e nem seríamos capazes de reagir às adversidades da vida.

Excetuando casos extremos que demandam ajuda externa, podemos analisar o mecanismo do estresse no nosso crescimento e ajustamento. Aqui entra um conceito extraído da Física – a resiliência – que vem a ser a propriedade que alguns corpos apresentam, após um choque, de retornarem à sua forma primitiva. Em outras palavras, elasticidade.

 

Desenvolvendo resiliência

Há pessoas dotadas de maior ou de menor resiliência, decorrente dos processos de estruturação de suas personalidades, sendo, no entanto, um atributo suscetível de ser desenvolvido. Ao longo da vida, cada parte configuradora da personalidade – espírito ou alma imortal, com seu acervo de experiências reencarnatórias; temperamento e corpo físico, determinados biologicamente; e o psiquismo e aparelho conceptual, adquiridos pelas interações entre as partes citadas e o meio ambiente (família, educação, cultura, sociedade etc.) – vai sofrendo mudanças decorrentes da interação com os fatores estressores do meio e de sua própria reação a estes.

Se a resiliência pode ser desenvolvida, para assim podermos lidar melhor com o estresse e a ansiedade, o que temos de fazer? Como superar o estresse? A seguir, sugerimos 3 atitudes para ajudar a superar o estresse.

 


1 – Não negar o estresse, não tentar varrê-lo para debaixo do tapete. Enfrentá-lo e ao sofrimento que provoca. Não se culpar por estar ansioso e deprimido, por estar “doente”. Ter em mente que esta é uma situação transitória, da qual, se soubermos, sairemos mais sábios e flexíveis.


2 – Observar o que realmente está provocando a dor. Nem sempre é o que parece à primeira vista; podem existir fontes de sofrimento muito maiores e não reconhecidas dentro de si ou em sua vida; por exemplo, atribuir a causa da angústia aos desajustes no casamento, quando o culpado real é o conflito na carreira profissional.

Ter paciência diante da ansiedade. Ver o quadro maior das circunstâncias, das causas do estresse e da própria reação frente a ele, buscando formas de recomposição e ressurgimento de uma identidade renovada, saída do caos emocional estabelecido. O tempo e a visão do todo nos habilitam a constituir um conjunto novo e melhor.

3 – Finalmente, buscar medidas adequadas para aliviar a dor emocional.
A primeira é ter desprendimento, desapego do bem ou do valor ameaçado, pois isto permite um distanciamento emocional estratégico. Afastar-se física e psiquicamente das influências destrutivas e debilitantes, seja de nossos pensamentos, seja de uma situação em particular. Esforçar-se para não ficar obcecado pelo problema. Sair do foco do problema, distrair a atenção, dando tempo para a ferida curar.

A segunda medida implica num aspecto da inteligência emocional, que é a faculdade de controlar e transformar as emoções, incluindo disciplina e autocontrole. Um dos maiores sofrimentos experimentados é o sentimento de ter perdido o controle sobre a própria vida ou sobre si mesmo. Nestas circunstâncias, vale preocupar-se apenas com aquilo que ainda se pode controlar, deixando que o resto siga o seu curso.

 

Uma terceira medida para buscar alívio para a dor emocional, que é das mais eficazes, é buscar compartilhar o sofrimento com outra pessoa que compreenda, sinta empatia com a situação e transmita sentimentos reconfortantes. Muita gente se nega essa fonte de alívio por não se dispor a despir do orgulho e da arrogância. É preciso humildar-se para expor aquilo que equivocadamente julgamos ser fraqueza de caráter ou fragilidades de personalidade. Se necessário, ainda, procurar ajuda especializada.

Faz parte da preparação para a vida ter referenciais filosóficos sólidos, mas flexíveis, que permitam uma visão de mundo humanizada e solidária. Enfim, faz diferença ter espiritualidade, fonte inesgotável de resiliência, esta faculdade que nos capacita a superar obstáculos e sofrimentos, aprendendo tanto com as derrotas quanto com os sucessos.

 
Dr. Luiz Antonio de Paiva é médico psiquiatra.
Artigo publicado na Revista Caminho Espiritual, edição 40.
Ao reproduzir o texto, citar o autor e a fonte.

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